Foto por Carlos Garcia Rawlins/ReutersA oposição no Senado brasileiro atrasa a entrada da Venezuela no Mercosul argumentando que o presidente Hugo Chávez se desvia dos valores democráticos do bloco
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu nesta terça-feira (8), durante a Cúpula do Mercosul realizada em Montevidéu, a entrada da Venezuela no bloco regional, que será votada nesta semana pelo Congresso brasileiro. A Cúpula do Mercosul foi inaugurada nesta terça-feira com participação dos presidentes da Argentina, Brasil, Paraguai, Uruguai e Venezuela, assim como do presidente eleito uruguaio, José Mujica, que realiza assim sua estreia no cenário internacional.
Lula fez alusão ao difícil processo de adesão do país vizinho ao bloco:
- A adesão da Venezuela acrescenta escala e complementaridade a nosso bloco, e tomara que o Senado Federal brasileiro possa aprovar sua entrada.
Senado atrasa entrada da Venezuela
A Venezuela aderiu ao Mercosul em 2006 e sua incorporação foi ratificada pela Argentina e Uruguai, mas está dependente do Congresso de Paraguai, onde os opositores são maioria, e do Senado brasileiro.
Os senadores brasileiros têm em sua agenda votar a questão nesta quarta-feira, apesar de a votação já ter sido adiada em várias ocasiões.
Lula assegurou, além disso, que o Mercado Comum do Sul trabalha "por uma América do Sul integrada e nossa aposta de integração parece hoje mais fortalecida do que antes".
No entanto, advertiu a seus colegas da Argentina, Cristina Kirchner; da Venezuela, Hugo Chávez; do Paraguai, Fernando Lugo, e do Uruguai, Tabaré Vázquez, que, "para consolidar nossa unidade, precisamos eliminar a cobrança da dupla tarifa comum" (vigente na união alfandegária).
Honduras continua na pauta
Da mesma forma, assegurou que as perspectivas de crescimento da região são muito boas e que o Mercosul "mantém seus braços abertos e solidários a quem quiser um buscar um futuro melhor, como paradigma dos valores de justiça".
Lula também anunciou para 2010 "um significativo incremento comercial de quase 500 milhões de dólares" em benefício dos sócios menores do bloco, Paraguai e Uruguai.
Por outra parte, enfatizou que avançar nas negociações com a União Europeia para a assinatura de um Tratado de Livre Comércio com o Mercosul "continua sendo um propósito fundamental", e apontou que o bloco sul-americano "renovou sua determinação de concluir um acordo justo e equilibrado".
Além do processo de adesão da Venezuela, o encontro discutirá a retomada das negociações para alcançar um Tratado de Livre Comércio (TLC) com a União Europeia (UE) e a situação política em Honduras.